Hoje, como de costume levantei-me às cinco e meia da manhã, tomei o meu banho e fui preparar, o café. Pois o meu filho tem aula cedo na universidade.
O Gato Arteiro, me ouviu e já começou a miar, com todo o repertório de miados que ele possui, para que eu abrisse a porta e o deixasse entrar.
Mas acontece que se ele já entra logo cedo, ele pega fogo e não deixa ninguém tomar o café sossegado.
Como eu só abri um pouco a porta e fiz um carinho nele, e tornei a fechar a porta e retornei para preparo do café da manhã, o Gato Arteiro querendo chamar a atenção começou a fazer suas artes.
Iniciou quebrando um efeite desses de jardim, que eu tenho no meu pézinho de uva, era uma minhoquinha muito bonitinha.
E ele sabe que faz arte, pois quando eu ouvi o barulho e fui ver o que era, ele estava sentado ao lado do enfeite quebrado, olhando para ele. E depois olhou para mim e tornou a olhar para o enfeite.
Fiquei brava com ele, que sossegou por uns minutos.
Bem nesse meio tempo, fui buscar o pão, tomamos o café, e ai sim abri a porta para o Gato Arteiro.
O meu filho saiu para a aula, e eu fui tratar de lavar a roupa e cuidar dos afazeres domésticos.
O Gato Arteiro ficou o tempo todo comigo, debruçado com uma parte do corpo em uma escada de madeira, que tenho perto do tanque, e a outra parte do corpo na beirada do tanque.
Cada vez que eu soltava a água do tanque, ou se o tanque já estava vazio, e eu colando a roupa na máquina, o danadinho entrava dentro do tanque e deitava.
E lá ia eu tirá-lo, pois tinha que continuar a lavar a roupa.
E foi tempo todo isso. Quando coloquei os lençóis e cobertas no varal, lá foi ele brincar com as pontas das roupas.
Precisei ficar brava com ele. Ai ele me olha, entende a bronca e fica abanando aquele rabo, dizendo que não está gostando nada de ter sido contrariado.
E assim foi passando a manhã.
Certa hora eu estava terminando a lavagem da roupa e percebi que o Gato Arteiro, não estava por ali.
Fui até a cozinha e nada dele, ai entrei na sala, e lá estava o Gato Arteiro escondido em uma das cantoneiras da Rack, e ai olhei para o chão e lá estava com as asas quebradas, uma linda fadinha que ganhei a alguns anos atrás da minha cunhada.
Fiquei brava com ele, mas começei a rir, pois ele estava tão engraçado escondido ali na cantoneira que o jeito era rir mesmo.
Chamei o meu esposo para vê-lo, e ele também deu risada.
Quanto a fadinha vai dar para colar as asinhas.
Olha é como ter uma criança em casa, tem que estar com os olhos em cima se não faz arte mesmo.
E assim foi até a hora que eu comecei a fazer o almoço. Mas ai ele deitou-se no tapetinho da porta da cozinha e dormiu.
Depois que almoçamos, ele também comeu a sua ração e foi deitar-se no cesto dele de dormir e está lá até agora, como um anjinho, ainda mais que o tempo está nublado e meio friozinho, então ele aproveita.
E por volta das seis horas da tarde, ele recomeça com as artes, tudo que nós fazemos ele acha que é brincadeira com ele, ai pega fogo.
Mas nesse horário, eu falo para ele que encerrou o expediente e fecho as portas e ele fica no quintal, ou lá no quartinho da lavanderia onde está o cesto dele de dormir.
Só assim ele sossega, para depois no outro dia recomeçar com as artes dele novamente.